Thursday, September 10, 2020

Karl Marx e Friedrich Engels, Manifesto Comunista

I - Análise da estrutura do livro

Classificação

  • Livro de conhecimento / Filosófico / Prático (Manifesto)
  • Publicado em 1848 na Europa.

Unidade do livro

Este livro é sobre a insustentabilidade da ordem social atual com sua relação de propriedade e como esta deve ser superada pelo comunismo. 

O livro defende que esta ordem, que tem como classe dominante a burguesia, está em crise (tal como as relações de propriedades feudais estavam); que união do proletariado com política é necessária; que uma revolução com uso de violência é a única saída da crise e que os atores dessa revolução são o proletariado (classe oprimida atual). Além disso, mostra em linhas gerais o que deve ser implementado nos países.

Partes principais

  1. Burguesia criou condições revolucionárias
    1. O surgimento das classes burguesia moderna e proletariado.
    2. Crise nas relações de propriedade da burguesia moderna
    3. Burguesia criou contexto revolucionário
  2. Estado comunista a favor do proletariado
    1. Resposta à objeções da burguesia
    2. Linhas gerais de como transformar um estado em estado comunista
  3. Explicação de o por quê de a literatura comunista ou socialista anterior ser inadequada
  4. Convite à ação
    1. Alemanha como contexto propício

Problemas abordados

  1. Como resolver a situação subhumana que o proletariado está cada vez mais sendo submetido?
  2. Como alterar as relações de propriedade em favor do proletariado?

II - Interpretação do texto

Principais proposições e argumentos

  • Desenvolvimento da burguesia e do proletariado
    • A burguesia feudal se transformou na burguesia moderna pelos novos mercados trazidos pelo descobrimento das Américas, mercado Índia/China e novos meios de produção descobertos (avanço da ciência).
      • As relações de propriedades feudais não mais cotiam os novos meios de produção, então foram despedaçados.
      • Tudo passou a ser visto em relação ao dinheiro (capital)
    • Todos mais conectados e consequentemente:
      • interdependência em vez de autosuficiência das nações.
      • homogeneização do pensamento dos indivíduos
      • essa homogeneização desumaniza o trabalhador com seu trabalho fazendo-o executar senão operações super-especializadas (como uma máquina)
      • mais avanço das máquinas -> mais especialização do trabalho -> mais enfadonho o mesmo -> menos habilidades necessárias para executá-lo -> mais pessoas capazes de fazê-lo -> menores salários.
  • Crise atual
    • As relações de propriedade burguesas modernas não são mais adequadas
      • A burguesia gera mais riqueza do que consegue conter (vide queima de superprodução).
      • Assim como a relação de propriedade feudal foram despedaçados, pelos mesmos motivos as relações de propriedades burguesas devem ser destruídas.
    • A supremacia da burguesia não se sustenta mais
      • Criou o proletariado revolucionário
        • A supremacia depende de trabalho assalariado, que depende de associação de trabalhadores, que são condição para revolução.
      • Inevitável revolução
        • Existe a associação de trabalhadores e a burguesia não consegue mais mantê-los nem como nível de escravo (ou servo medieval).
  • A nova ordem social deve ser revolucionária e deve ser em favor do atual proletariado
    • Socialismos propostos anteriormente ou são reacionários ou são útopicos ou não são no interesse do proletariado
    • Logo, são inadequados e um novo surge: o comunismo.
  • A nova ordem social deve ser implementada inevitavelmente com violência e o proletariado dominante deve sê-lo apenas durante transição. Após, o poder político deve ser destruído para não haver mais classes.

Resumo do livro

1. BURGUESIA E PROLETARIADO

1.1. Luta de classes

História da sociedade é a história da luta de classes.

Exemplo medieval: nobreza (depotismo feudal, classe dominante) e burguesia (classe dominada).

Exemplo mundo moderno: burguesia (classe dominante) e proletariado (dominada).

1.2. História do desenvolvimento da burguesia moderna

O fundamento da sociedade são os meios de produção.

A descoberta da América, o mercado da Índia e China e o comércio colonial trouxeram novos mercados que deram um impulso ao comércio e indústria. A procura de mercadorias de forma nunca vista. 

Resultados:

1. Revolução nos meios de produção da sociedade feudal (que estava em decomposição). 

2. Burguesia passa a ser classe dominante, ganhando soberania política exclusiva no Estado moderno.

  • consequentemente, tudo passou a ser visto em torno de sua relação com o capital.

3. Consequentemente, tudo passou a ser por sua relação com o capital:

  • valor pessoal como valor de troca.
  • foram convertidos em assalariados os médicos, sacerdotes, advogados, poetas e cientistas.
  • reduziu a família a uma relação de dinheiro.

4. Única liberdade passou a ser o "livre mercado". 

5. Os países deixaram de ser autosuficientes

  • As necessidades velhas eram satisfeitas no próprio país.
  • As novas necessidades são atendidas por produtos que vem de terras distantes.

6. As pessoas deixaram gradativamente de pensar de maneira tão diferente

  • As criações intelectuais têm mais em comum, as nacionalidades menos distintas.
  • [Extrínsico] José Ortega refere-se a este fenômeno como a criação do homem-massa.
  • Surge uma literatura mundial

7. O campo ficou dependente da cidade, os países menos desenvolvidos dos mais desenvolvidos.

1.3. Crise na burguesia moderna

Assim como houve crise na sociedade feudal, há crise na burguesia moderna.

As relações de produção e troca feudais (organização de agricultura e indústria; relação de propriedade) entravavam as novas forças produtivas. A produção não conseguia escorrer como necessário. As relações feudais foram então destruídas.

As relações burguesas feudais hoje também estão entravando os meios produtivos. Há mais produção do que as relações dão conta. A superprodução prova isso. 

Atualmente, estão lidando com a superprodução de duas maneiras: 

  • queimando o excesso de produção
  • encontrando novos mercados consumidores

No entanto, nenhuma das duas está resolvendo o problema, somente adiando. E quando vier novamente, virá mais arrasador. 

As condições da sociedade burguesa são muito apertadas para deter a riqueza gerada por elas. Novas relações de propriedade são necessárias. As relações burguesas devem ser destruídas.

[Extrínsico] Já que não vivemos num mundo comunista, em que relações de propriedade vivo? Em que diferem das relações do século 19, quando Marx escreveu Manifesto Comunista (1848).

1.4. Desenvolvimento do proletariado

O desenvolvimento da burguesia criou o seu oposto, o proletariado (os operários). 

Conflitos do proletariado:

  • proletariado é um commodity (produto)
  • virou um pedaço de uma máquina pela divisão de trabalho extrema, sem "charme" de trabalho
  • à medida que aumenta o caráter enfadonho do trabalho, decrescem os salários.
  • são escravos do burguês, da máquina do mestre...
  • cada vez mais se exige menos habilidades do trabalhador
    • [Extrínsico] José Ortega diria que isso ocorreu não somente para operários, mas para quase todas as profissões, incluindo cientistas.
  •  mulheres e crianças trabalhando de forma indiscriminada (menos força necessária com desenvolvimento das máquinas).

No desenvolvimento do proletariado, o mesmo começa mais submisso e se chega à revolta.

  • fase inicial: cria-se antagonizada com a burguesia, inicia-se sua luta.
  • fase em que não enxergam as condições burguesas de produção, por isso alvejam os instrumentos de produção (quebrando máquinas por exemplo)
  • fase onde proletariado ainda está disperso e não unido
    • são manipulados pela burguesia, lutam contra os inimigos da burguesia, ou seja, inimigos de seus inimigos.
  • fase onde o avanço da indústria torna o proletariado mais parecido e ele se concentra mais
  • fase em que a consciência da existência das duas classes proletariado e burguesia em conflito aumenta.

Luta de classes = luta políticas

1.5. Momento decisivo para revolução

A burguesia não é capaz de continuar desempenhando papel de classe dominante, pois não está conseguindo sustentar o proletariado nem como equivalente de escravo ou de servo medieval; não consegue mais assegurar a sobrevivência deste. 

A burguesia, quando revolucionária, fortificou seus modos de apropriação. O proletariado não tem tais modos para fortificar, então sua missão é destruir todas as seguranças anteriores de propriedade privada.

Todos os movimentos anteriores foram nos interesses da minoria, este movimento do proletariado é da grande maioria no interessa da grande maioria.

A supremacia da burguesia depende de capital, que depende de trabalho assalariado, que depende de concorrência entre trabalhadores. O avanço da indústria traz a associação dos trabalhadores, devido justamente a sua concorrência trazida pela burguesia, e a associação dos trabalhadores é a condição para revolução. Portanto, a decadência da burguesia pelo proletariado é inevitável. A burguesia produz, sobretudo, seus próprios coveiros.

2. Proletários e comunistas

2.1. Introdução

Autor iguala interesses do comunismo com os do proletariado e resume esta a uma fórmula: abolição da propriedade privada.

2.2. Abolição da propriedade privada

Quase todas as propriedades atuais foram adquiridas com uso do capital, ou seja, com uso de uma força social, esforço combinado de todos. Portanto, a propriedade dita particular não o é, é social, é coletiva.

2.3. Respostas às objeções da burguesia

O autor diz que em geral, as objeções da burguesia definem como "cultura" a sua própria, "indivíduo" o proprietário burguês e assim por diante, mostrando que essas objeções são extremamente parciais. A cultura, religião e costumes prezados pela burguesia representam exatamente as amarras do proletariado. Essa cultura é um adestramento que transforma a maioria dos homens (mas não os burgueses) em máquinas.

Os burgueses criticam a desapropriação da propriedade privada, Marx fala que as pessoas não teram anuladas suas partes nos produtos sociais. 

As críticas da ordem de ideias, filosofia e religião, Marx diz que a produção intelectual se transforma à medida que produção material se transforma. 

2.4. Como será o estado comunista

Tomada do poder

1. O proletariado usará sua supremacia política para arrancar o capital da burguesia.

2. Estatizará todos os intrumentos de produção (indústrias, maquinário). O Estado é o proletariado dominante.

3. Usará, a principio, violação despótica do direito de propriedade e das relações de produção burguesas.

Em seguida, aplicará uma série de medidas, a depender de país em país, mas que em geral para os países mais  desenvolvidos são:

1. Expropriação da propriedade latifundiária e emprego da renda da terra em proveito do Estado.

2. Imposto fortemente progressivo.

3. Abolição do direito de herança.

4. Confiscação da propriedade de todas os emigrados e sediciosos.

5. Centralização do crédito nas mãos do Estado por

meio de um banco nacional com capital do Estado e com o monopólio exclusivo.

6. Centralização, nas mãos do Estado, de todos os meios de transporte.

7. Multiplicação das fábricas e dos instrumentos de produção pertencentes ao Estado, arroteamento das terras incultas e melhoramento das terras cultivadas, segundo um plano geral.

8. Trabalho obrigatório para todos, organização de exércitos industriais, particularmente para a

agricultura.

9. Combinação do trabalho agrícola e industrial, medidas tendentes a fazer desaparecer gradualmente a distinção entre a cidade e o campo

10. Educação pública e gratuita de todas as crianças, abolição do trabalho das crianças nas fábricas, tal

como é praticado hoje. Combinação da educação com a produção material, etc.

Após as reformas e após os antagonismos de classe desaparecerem, o proletariado que se tornou em classe dominante forçosamente, deve destruir as condições das classes e seu poder político, pois o poder político é o poder organizado de uma classe em opressão de outra.

  - [Extrínsico] Se o proletariado organizado em classe dominante é o Estado, como seria o Estado após a abolição das relações de classe?

"Em lugar da antiga sociedade burguesa, com suas classes e antagonismos de classe, surge uma

associação onde o livre desenvolvimento de cada um é a condição do livre desenvolvimento de todos."

 - [Extrínsico] Parece utópico para mim.

3. Literatura socialista e comunista

3.1. Socialismo feudal e clérigo - reações da aristocracia e clero frente à nova classe burguesa

Quando a aristocracia feudal não podia mais ter lutas políticas sérias, tiveram lutas literárias, através de escrita de livros. Nesses livros, propuseram um "feudalismo social", algo reacionário. Não foi bem aceito, as pessoas ao entrarem no movimento percebiam as intenções reacionárias. A aristocracia não percebia que seu modelo de exploração era inadequado, já não era possível, que a burguesia era algo natural na continuidade.

Esta literatura contra a burguesia ajuda na criação de um proletariado revolucionário. (Não ajudou a aristocracia reacionária). Na política prática, no entanto, eles se vendem e se juntam contra a classe trabalhadora. 

O socialismo do clero foi similar com o feudal, mesma ideia reacionária. 

Inapropriado porque: reacionário em favor da aristocracia e clero.

3.2. Socialismo Pequeno-Burguês

A antiga classe burguesa, os que não se desenvolveram no novo padrão, também estavam na disputa. Estavam entre o proletariado e a burguesia, "pequeno-burguês". Sismondi é o chefe desta literatura. 

Esta literatura tem muito mérito, mostrou de um modo irrefutável os efeitos mortíferos das máquinas e da divisão do trabalho, a concentração dos capitais e da propriedade territorial, a superprodução, as crises, a decadência inevitável dos pequenos burgueses e camponeses, a miséria do proletariado, a anarquia na produção, a clamorosa desproporção na distribuição das riquezas, a guerra industrial de extermínio entre as nações, a dissolução dos velhos costumes, das velhas relações de família, das velhas nacionalidades.

[Extrínsico] Esta literatura está muito alinhada com o próprio Manifesto Comunista

A crítica de Marx para esta literatura é ela tem duas interpretações, dependendo da qual é reacionária OU utópica, mas não revolucionária:

Interpretação 1: reacionária, porque parece querer voltar para as relações de produção e troca feudais.

Interpretação 2: utópica, porque seria favorável aos novos meios de produção, mas em conjunto com as antigas relações de propriedades, que entravam a produção e que precisam ser destruídas.

Esta proposta de socialismo desapareceu sozinha com o tempo, quando perceberam sua inconsistência.

Inapropriado porque: reacionário em favor do burguês feudal ou utópico (relação de propriedade incompatível).

3.3. Socialismo "verdadeiro" ou alemão

Os anteriores eram relativos a França e Inglaterra. Chegaram na Alemanha e fizeram grande sucesso, com as ressalvas abaixo.

Em especial a literatura francesa de socialismo chegou na Alemanha quando a burguesia por lá ainda não tinha atingido tanto poder, o feudalismo ainda estava forte. Devido a isso, os alemães interpretaram os documentos franceses de um ponto de vista muito teorico, não prático. Essa interpretação superficial fez os alemães imaginarem que eles haviam transcendido a literatura francesa, que eles não estariam apenas a favor do proletariado, mas da humanidade como um todo (um homem teórico, que não se encontra em lugar nenhum, diz Marx). 

Os alemãos espalharam essas ideias novas por lá, sendo que o contexto ainda era de uma burguesia emergente. Esse conhecimento foi bem recebido pela aristocracia alemã. Para o governo, o verdadeiro socialismo foi uma arma contra a burguesia alemã, também sendo de interesse do pequeno-burguês, que era onde se baseava a real ordem social alemã.

Autor critica esta literatura alemã como cheia de retória, sentimento e especulação. Ela propagou-se bastante na alemanha porque os pequenos-burgueses viam nela a solução para duas frentes (trazidas pela nova burguesia): a concentração do capital e a criação de um proletariado revolucionário.

Inapropriado porque: em favor do pequeno-burguês.

3.4. Socialismo conservador ou burguês

Uma parte da burguesia procura remediar os males sociais trazidos justamente pela nova burguesia com o fim de consolidar-se na sociedade. Com condições menos extremas, o elemento revolucionário não estará lá. "Querem a burguesia sem o proletariado" [Crítica: parece provocativo, pois ainda seria proletariado, mas o autor parece definir proletariado com seu elemento revolucionário casusado pela opressão.]

[Extrínsico] Não seria este justamente o meio-termo? Talvez o desejado? (a depender de como for implementado)

Nessa categoria enfileiram-se os economistas, os filantropos, os humanitários, os que se ocupam em melhorar a sorte da classe operária, os organizadores de beneficências, os protetores dos animais, etc.

Exemplo de literatura: Filosofia da Miséria (Philosophie de la misère), de Pierre-Joseph Proudhon (1846). [CITATION]

[Extrínsico] Pierre-Joseph Proudhon ficou conhecido como pai do anarquismo.

Neste socialismo, todo o discurso é feito "em interesse da classe operária", no entanto, o interesse maior é da própria burguesia. "os burgueses são burgueses - no interesse da classe operária."

Inapropriado porque: não era revolucionário. Pretendia fazer conviver o proletariado e a burguesia. Exploração continua. Distração para o proletariado não perceber a exploração.

3.5. SOCIALISMO E O COMUNISMO CRÍTICO-UTÓPICOS

Foi desenvolvido muito cedo no desenvolvimento do proletariado, ainda não viam a dimensão completa. 

[Extrínsico] L'Industrie de Saint-Simon (1817).

Defendem a classe operária, porque é sofredora, não vem seu componente histórico. Seu plano deseja melhorar condições para todos, é o melhor dos planos possíveis para a melhor sociedade possível. Atacaram a sociedade em suas bases, propondo supressão da distinção entre a cidade e o campo, a abolição da família, do lucro privado e do trabalho assalariado, a proclamação da harmonia social e a transformação do Estado numa simples administração da produção. Tentam trilhar um caminho (fadado ao fracasso) pacífico, com exemplos de pequena escala. Era um plano utópico. 

Quando a luta de classes se tornou mais clara, com possibilidade de ação, os seguidores deste socialismos ainda estavam aplicando as abstrações feitas no início, agora obsoletas. Viraram reacionários. Opõem-se à ações políticas da classe operária.

Inapropriado porque: não revolucionário e utópico. 

3.6. Posição dos comunistas

Cita alinhamento político com alguns partidos em diferentes países e diz que a Alemanha tem um contexto muito favorável para a ação do proletariado. 

Para alcançar os seus objetivos, o comunismo irá derrubar a ordem social atual com violência. O proletariado não tem nada a perder, um mundo a ganhar! Uni-vos!

[Extrínsico] Perdeu algo o proletariado após as ações feitas na prática?

Timeline

  • 1755 - Revolução industrial
  • 1800 - Locomotiva a vapor.
  • 1825 - Revolta Decembrista na Rússia. 
  • 1848 - Publicação do Manifesto Comunista.
  • 1914 - Início 1º guerra mundial.
  • 1917 - Revolução Comunista Russa
  • 1914 - Fim 1º guerra mundial.
  • 1922 - União Soviética é formada.
  • 1939 - Inicío 2º guerra mundial.
  • 1939 - Fim 2º guerra mundial.
  • 1949 - Criação da Alemanha Oriental
  • 1949 - Revolução Comunista Chinesa
  • 1950 - Guerra da Coreia
  • 1953 - Revolução Cubana

III - Crítica


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